quinta-feira, novembro 21

O presidente Lula (PT) aproveitou sua passagem pelo Rio Grande do Sul, nesta sexta-feira 16, para rechaçar as críticas que recebe do setor agropecuário.

A declaração aconteceu durante a entrega de unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida, em Porto Alegre.

“O agronegócio está reclamando do quê? Porque a verdade é a seguinte: nunca antes na história do Brasil o agronegócio teve o Plano Safra que teve no nosso governo”, disse Lula.

O Plano Safra 2024/2025, lançado no início de julho, deve destinar cerca de 400 bilhões de reais para financiamentos a médios e grandes produtores rurais. Segundo o governo, é o maior plano da história, com um valor 10% superior ao do ano passado.

“Eu duvido eles mostrarem que, em algum momento, alguém tratou eles com a decência e o respeito que nós tratamos, eu e a [ex-presidenta] Dilma [Rousseff]. Nunca pedimos um favor, e não vou pedir. Eles que falem o que quiserem, façam o que quiserem. Eu ajudo porque a agricultura é importante para este País e para o mundo.”

Disputa entre Lula e Eduardo Leite

Quem também esteve presente no evento foi o governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB), que mais cedo foi criticado por Lula em uma entrevista à Rádio Gaúcha.

“Ele deveria, um dia, me agradecer: ‘ô, Lula, obrigado pelo tratamento com o Rio Grande do Sul’. É só ver se o [ex-presidente] Bolsonaro tratou o Rio Grande do Sul com respeito”, disse o petista.

Ao discursar no evento, o tucano disse que ouviu a entrevista e que, na verdade, a insatisfação se deve à dívida do estado com a União. Em maio, diante das enchentes históricas no RS, o governo federal decidiu suspender a dívida por três anos.

“O povo gaúcho não é mal-agradecido, não é ingrato. Agradecemos os apoios alcançados”, disse Leite. “O presidente tem história no sindicalismo de demandar e negociar o melhor para a sua categoria. Vamos agradecer o que foi feito, mas, também, demandar.”

Frente à declaração de Leite, Lula disse ao governador que não disputa popularidade. “Eduardo, eu quero que, toda vez que você olhar para o governo federal, saiba que você tem um amigo. Eu não disputo nada com você, não disputo popularidade. Eu não sou gestor, eu sou um político, e gosto de fazer política.”

No evento desta sexta, o governador chegou a ser vaiado pelos presentes, aos gritos de “fora, Leite”. Lula, por sua vez, disse que ele era “um convidado” e que “não é correto, em um ato institucional, ficar transparecendo as divergências ideológicas”.

Na mesma linha, Leite defendeu que o diálogo seja institucional. “Nós temos que trabalhar juntos em direção ao mesmo povo, na mesma direção. Se a gente acha que tem caminhos diferentes aqui e ali, a gente senta, conversa, debate, diverge, em reuniões privadas e publicamente”, prosseguiu. “É sempre importante que a gente mantenha esse respeito institucional. Se é para divergir, é na bola. A gente disputa a bola, não vai na canela um do outro.”

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