sábado, setembro 7

Gelo Ártico

Crédito: Patrick Kelley/CC2.0

Grandes mudanças poderão estar a ocorrer no Ártico. Um novo estudo prevê que o Ártico poderá ver os seus primeiros dias “sem gelo” em 80 mil anos na próxima década. Dada a luta mundial para reduzir o uso de combustíveis fósseis, os investigadores acreditam que esta transição é inevitável, mesmo que demore um pouco mais. É provável que o degelo do Ártico tenha graves consequências ecológicas, mas poderá ser possível revertê-lo com ações climáticas ousadas.

O estudo, publicado na revista A natureza analisa a terra e o meio ambiente, revisou dados sobre cobertura de gelo e temperaturas. A essência é que as nossas previsões sobre o degelo do Ártico podem ter sido demasiado conservadoras. A equipe, liderada por Alexandra Jahn, da Universidade do Colorado em Boulder, calculou que os primeiros dias do “Ártico Azul” poderiam chegar dentro de uma década ou menos. Análises anteriores mostraram que isso não era uma preocupação até a década de 2040.

De acordo com os investigadores, o Ártico poderá ter setembros consistentemente sem gelo já em 2035 ou até 2067. O momento exato depende da rapidez com que conseguirmos reduzir a utilização de combustíveis fósseis. Com base na história recente, provavelmente será mais próximo de 2035. No entanto, isto não significa que não haverá gelo no Ártico. A definição de “livre de gelo” aqui significa menos de 1 milhão de quilômetros quadrados de cobertura, o que significa que a maior parte do Ártico seria de águas abertas sem grandes manchas de gelo contíguas. Grande parte do gelo restante ficaria aglomerado em torno de massas de terra como a Gronelândia, perturbando os habitats de animais, incluindo focas e ursos polares, que dependem do gelo expansivo do Árctico.

Da esquerda para a direita, os globos ilustram a cobertura média de gelo na década de 1980, 2015-2023, e o “Ártico azul”, com menos de 1 milhão de quilómetros quadrados de gelo.Crédito: A. Jahn et al/Nature

Nem tudo é tristeza e desgraça. Embora a perda de gelo marinho no Ártico pudesse ter consequências, poderíamos corrigi-la. O gelo marinho circula naturalmente ao longo do ano e já está flutuando. Assim, não contribui para a subida do nível do mar. Se conseguirmos reduzir os níveis de gases com efeito de estufa no futuro, o Árctico azul poderá voltar a ser branco em apenas uma década. Compare isso com o manto de gelo da Groenlândia, que também está passando por um derretimento acelerado. Esta água derretida aumenta o nível geral do mar e o degelo pode perturbar as correntes oceânicas que são essenciais para moderar o clima e distribuir nutrientes. Demorou milhares de anos para a camada de gelo crescer, por isso não voltará rapidamente, mesmo que consigamos controlar as emissões.

Se não conseguirmos fazer quaisquer progressos nas alterações climáticas, as condições sem gelo no Árctico tornar-se-ão cada vez mais comuns. O estudo prevê que as emissões elevadas poderão levar a condições sem gelo no Ártico, de maio a janeiro de cada ano, até ao final do século XXI. Se conseguirmos moderar um pouco as emissões, o Árctico só poderá ficar livre de gelo de Agosto a Outubro até 2100.

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