Concessionária da rodoviária de Florianópolis previa início de milionária transformação no 2º semestre de 2023
A concessionária que administra o Terminal Rodoviário Rita Maria, de Florianópolis, desde dezembro de 2022, ainda não tem autorização do governo do Estado para iniciar a ampla reforma e a modernização no empreendimento.
Após enviar o projeto arquitetônico em maio, a Secretaria de Infraestrutura do Estado solicitou os projetos complementares para a Sinart, com o detalhamento da transformação pela qual o Rita Maria passará. O documento veio em 1º de novembro e foi devolvido no dia 4 deste mês, com observações da equipe técnica do Estado. Agora, está nas mãos da empresa sanar as ponderações até 4 de janeiro.
Como prometeu realizar a milionária intervenção nos três primeiros anos da operação e está lidando com cobranças criteriosas, o início da obra está atrasado em pelo menos cinco meses. A expectativa era iniciar as melhorias no segundo trimestre deste ano. Agora, entretanto, a previsão é conseguir autorização no início de 2024 e começar as obras em seguida.
O Estado se manifestou por meio da Secretaria de Infraestrutura, que detalhou os prazos da burocracia prévia que vêm adiando o início das obras. “A equipe técnica da secretaria, designada por portaria para essa finalidade, entregou uma pré-análise à concessionária [dezembro], cujo prazo de resposta expira em janeiro. A análise da secretaria será justamente na temporada de verão, quando não haverá intervenções no local para não atrapalhar a movimentação de turistas”, informou a pasta.
Questionado se vem acompanhado as primeiras intervenções, a pasta informou que foi nomeada, em portaria, uma equipe técnica, com arquitetos e engenheiros para analisar o projeto de reforma e modernização do Terminal Rita Maria.
“A secretaria realiza reuniões semanais com a gerência do terminal, faz visitas in loco duas ou três vezes por semana, além das ações de fiscalização do transporte de passageiros efetuadas pela Aresc (Agência Reguladora de Serviços Públicos de Santa Catarina)”, explicou a secretaria.
Rodoviária de Florianópolis: empresa investiu R$ 1,7 mi dos R$ 40 mi previstos
Gerente da Sinart e principal responsável pela operação da empresa na Capital, Artur Rodrigues considera comum o rigor do Estado. “Para nós, esse processo, que às vezes é burocrático, é normal. Já passamos por isso em outros locais. É assim, principalmente numa obra tão grande”, salientou Rodrigues. Segundo ele, a empresa vai compensar o tempo perdido quando tiver autorização para iniciar a transformação mais profunda.
Desde que assumiu a gestão, a Sinart investiu aproximadamente R$ 1,7 milhão em melhorias no Rita Maria. A grande obra, entretanto, é estimada em cerca de R$ 40 milhões. “Esse processo burocrático de projeto estava no escopo dos três primeiros anos. Perdemos um pouco de prazo, mas somos uma empresa privada, temos flexibilidade e somos um pouco mais ágeis que o Estado, que tem todo um processo burocrático. Temos condições de compensar e continuamos com a ideia de completar em três anos”, frisou o gerente da Sinart.
Entre as primeiras intervenções, o Rita Maria passou por melhorias visando aumentar o conforto dos usuários, como a aquisição de carrinhos de bagagem que o terminal não tinha, a disponibilização de internet, infraestrutura e instalação de um sistema de câmeras, a informatização do sistema de controle. “O Estado participa de tudo que é arrecadado e, para dar confiabilidade, temos um sistema informatizado, que é validado pelo Estado”, detalhou Rodrigues.
Outra mudança inicial foi a revitalização da iluminação do prédio, dos estacionamentos laterais e da parte frontal das fachadas. O gerente admite que as melhorias estão muito longe do que a empresa fará no empreendimento, mas defende que está melhor do que antes da chegada da Sinart e, operacionalmente, já tem a identidade da empresa que administra dezenas de terminais pelo Brasil.