domingo, novembro 17

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos poderia estar preparando uma das decisões mais significativas no campo da tecnologia: solicitar a divisão de Google. Se esta medida avançar e os tribunais derem luz verde, a empresa pode ser fragmentada em diferentes entidades separadas.

Cada uma dessas unidades teria um foco específico: um mecanismo de busca, uma empresa de publicidade, um site de vídeos como o YouTube e um aplicativo de mapeamento, entre outros. Estas novas entidades não seriam capazes de partilhar dados entre si, o que mudaria completamente o cenário atual.

O contexto da grande tecnologia

Este tipo de medidas está a ser considerada tanto nos Estados Unidos como na União Europeia, ondeOs reguladores estão cada vez mais preocupados pelo crescente poder das grandes empresas de tecnologia.

O domínio do Google nas buscas na Internet, a capacidade da Meta (dona do Facebook, Instagram e WhatsApp) de coletar dados pessoais e a dependência de muitas pequenas empresas da Amazon são questões que levantaram sinais de alarme entre os reguladores.

Essas empresas Têm um controlo significativo sobre os principais mercados, o que limita a concorrência.

Como a dissolução dessas empresas afetaria os consumidores?

Aqueles que apoiam a ideia de desmembrar a Big Tech acreditam que isso traria benefícios significativos aos consumidores. Maior concorrência significaria mais opções e melhores serviços. Imagine o ano de 2030: neste cenário futurista, as aplicações e serviços tecnológicos seriam muito mais interoperáveis.

Por exemplo, você poderia enviar mensagens do WhatsApp para o Signal sem complicações, algo que hoje não é possível.

Interoperabilidade, ou seja, a capacidade de diferentes sistemas trabalharem juntos perfeitamenteestaria em todo lugar. Assim como agora você pode enviar e-mails do Gmail para o Hotmail sem problemas, em 2030 você poderá publicar e acessar conteúdo em diferentes redes sociais, independentemente de qual estiver usando.

Você não precisaria mais usar um aplicativo só porque todo mundo o usa, mas poderia escolher aquele que mais gosta por seu design ou funções.

Mais opções para escolher

Da mesma forma, Em 2030 você teria acesso a uma variedade maior de aplicativos para escolher restaurantes ou receber instruções sobre como chegar ao seu destino. As avaliações virão de pessoas que você segue, independentemente da plataforma em que compartilhem suas opiniões.

A concorrência faria com que os aplicativos de mapeamento, por exemplo, trabalhassem mais para oferecer um serviço de qualidade. Você não veria mais anúncios ou conteúdo gerado por inteligência artificial se não estivesse interessado, porque Bastaria mudar para outro aplicativo que oferecesse uma experiência melhor.

Mais concorrência, mais inovação

Para os defensores da divisão das grandes tecnologias, Este aumento da concorrência seria fundamental. Em vez de os desenvolvedores terem que pagar grandes comissões ao Google ou à Apple para vender seus aplicativos, haveria uma variedade de lojas de aplicativos competindo para oferecer produtos melhores a preços mais baixos.

Este cenário incentivaria a inovação tecnológica, uma vez que os desenvolvedores teriam mais liberdade e menos barreiras. A pesquisa também indica que quando os consumidores têm mais opções, Eles tendem a exigir mais das empresaso que por sua vez impulsiona a melhoria de produtos e serviços.

O que aconteceria com os dados pessoais?

Uma das mudanças mais significativas que a divisão das grandes empresas de tecnologia poderia trazer seria na área de dados pessoais. No momento, Empresas como o Google coletam enormes quantidades de informações sobre você: o que você procura, o que compra, para onde vai, etc.

Com uma divisão, você pode se tornar o único proprietário de seus dados.

Neste futuro, todas as suas informações seriam armazenadas em um servidor criptografado ao qual somente você teria acesso. As empresas podem oferecer aplicativos para organizar e gerenciar seus dados, mas você sempre será quem decidirá como e quando compartilhar essas informações.

Isso lhe daria um controle sem precedentes sobre seu histórico de navegação, suas compras, suas viagens e até mesmo seus dados de saúde.

Os desafios de desmembrar a grande tecnologia

No entanto, Esta transformação não seria simples nem isenta de riscos. Uma das principais consequências seria que As grandes empresas de tecnologia perderiam rentabilidade.

No momento, Empresas como Google e Meta geram receitas significativas através de publicidadegraças às informações detalhadas que coletam sobre seus usuários. Se não conseguirem mais acessar esses dados da mesma forma, poderão começar a cobrar por alguns de seus serviços.

Outro risco é que, com o surgimento de mais aplicações e serviços, também possa haver mais espaço para aplicações fraudulentas ou maliciosas. Embora a diversidade de opções possa ser uma vantagem para alguns, Também pode ser um problema para aqueles que já consideram a tecnologia atual demasiado complexa.

Apesar dos desafios, muitos reguladores acreditam que a dissolução de grandes empresas tecnológicas poderá ser a solução para os problemas de monopólio e concentração de poder.

A decisão de avançar nesta direção ainda não foi tomada.mas se for implementada, poderá mudar radicalmente o panorama digital e dar aos utilizadores mais controlo sobre a sua experiência online.

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