segunda-feira, novembro 18

Justiça

MP junto ao TCU defende fim da concessão da Enel caso irregularidades em SP sejam comprovadas

Cabe ao presidente da Corte, Bruno Dantas, decidir se acolhe ou não a representação; ao menos 220 mil imóveis ainda estão sem luz

Por Wendal Carmo 15.10.2024 16h43

São Paulo (SP), 13/10/2024 -.Avenida Padre Arlindo Vieira no bairro do Jabaquara sem energia elétrica desde sexta-feira devido as chuvas,.Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Representante do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União, o subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado pediu que a Corte proponha a extinção da concessão da Enel caso fiquem comprovadas irregularidades na prestação dos serviços de energia elétrica em São Paulo. A representação foi protocolada nesta terça-feira.

No documento, também recomenda a atuação do TCU junto ao Ministério de Minas e Energia a fim de acompanhar as medidas adotadas pela distribuidora para reestabelecer a energia em diversos bairros da capital. Desde o apagão ocorrido na sexta-feira, pelo menos 220 mil imóveis ainda estão sem luz na Grande São Paulo.

Cabe ao presidente da Corte, Bruno Dantas, decidir se acolhe ou não a representação. O subprocurador ainda quer explicações da Agência Nacional de Energia Elétrica, a Aneel, sobre medidas que vêm sendo adotadas pela Enel para o reestabelecimento da energia em SP e eventuais penalidades adotadas.

“Do contrário, as impunidades persistem e só quem sofre é a população sem energia”, argumentou Furtado. “Eventos dessa magnitude não podem passar despercebidos da atuação dessa Corte. Há de se apurar as reais causas do incidente ocorrido e perquirir, em caso de irregularidades, as responsabilizações dos responsáveis”.

Na tarde desta sexta, o ministro do TCU Augusto Nardes esteve na capital paulista para fiscalizar a crise energética. Ele também se reuniu com representantes da Enel e da Aneel e está coletando informações para tomar uma decisão sobre o tema – Nardes é relator de uma ação na Corte que trata da situação emergencial.

“Estou ouvindo todas as autoridades. Falta governança por parte da Enel, e vamos responsabilizar também a Aneel e o Ministério de Minas e Energia”, afirmou o ministro em entrevista à GloboNews.

Wendal Carmo
Repórter do site de CartaCapital

ENTENDA MAIS SOBRE: Aneel, Enel, Energia Elétrica, Lucas Rocha Furtado, MME, São Paulo, TCU,

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