A circulação dos ônibus foi retomada aos poucos na comunidade Covanca, na zona oeste do Rio de Janeiro, na tarde desta quarta-feira (13), depois que traficantes proibiram os coletivos de passar pela região.
Uma equipe da RECORD RIO flagrou a movimentação de ao menos três ônibus da linha 859 (Tanque–Covanca), perto da avenida Geremário Dantas, nas últimas horas.
Vieram à tona, na manhã desta quarta, denúncias sobre as ameaças de criminosos de atear fogo aos veículos na região da zona oeste se a ordem fosse descumprida.
As intimidações também prejudicaram a operação de outras duas linhas na região das comunidades Santa Maria, na Taquara, e da Chacrinha, na Praça Seca.
Mais cedo, a Polícia Militar disse ter recebido informações sobre as ameaças, por meio do Disque Denúncia, e informou que o policiamento foi reforçado na região.
O Rio Ônibus, sindicato que representa as empresas, confirmou as denúncias e cobrou medidas.
“Casos como este, em que o direito de ir e vir do cidadão é comprometido, infelizmente, estão cada vez mais frequentes. Uma linha ser impedida de circular por ameaças de criminosos só reforça a falta de segurança que assola o Rio de Janeiro. A Rio Ônibus lamenta profundamente mais um caso de violência contra o setor e reforça o pedido para que as autoridades competentes tomem as devidas providências para garantir a segurança dos trabalhadores”, disse o porta-voz da entidade, Paulo Valente, em um vídeo enviado à RECORD RIO.
Mais da metade da frota foi vandalizada em 2023
Ainda de acordo com o Rio Ônibus, mais da metade da frota que circula no Rio já foi alvo de depredação em 2023. Cerca de 2.000 veículos foram atacados.
Somente em outubro, mais de 30 coletivos foram incendiados na zona oeste da cidade por ordem do grupo da milícia de Zinho, um dos criminosos mais procurados do estado.
O sindicato classificou o episódio como o maior ataque ao transporte público da história do Rio de Janeiro.