O coronel Luiz Henrique Marinho Pires, secretário da Polícia Militar do Rio de Janeiro, confirmou nesta terça-feira 2 que agentes do Batalhão de Operações Especiais, o Bope, já estão em treinamento para utilizar as câmeras em seus uniformes. Os equipamentos serão instalados na próxima segunda-feira 8.
Pires negou que a decisão tenha relação com as três mortes em uma ação do Bope no Complexo de Israel, na zona norte da cidade do Rio, na semana passada. Imagens de uma câmera de segurança mostram integrantes do batalhão, armados com fuzis, e pelo menos dois homens rendidos e amarrados em uma casa. Horas depois, os mesmos suspeitos foram levados já mortos ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha.
O caso ocorreu na quarta-feira 27, quando o policial militar Leonardo Maciel da Rocha, de 33 anos, morreu após ser atingido em um blindado da Polícia Militar.
“Cumprimos a determinação do STF. Já estava no nosso cronograma a data para o Bope usar câmeras em seus uniformes. Será no próximo dia 8”, disse o secretário da PM ao jornal O Globo. “Não há ligação alguma com o episódio ocorrido no Complexo de Israel. Aliás, a nossa corregedoria interna está acompanhando o caso com a Delegacia de Homicídios da Capital. Temos o maior interesse em esclarecer os fatos.”
Em junho de 2023, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, manteve a ordem de instalação de câmeras nas fardas, além da gravação em áudio e vídeo em viaturas policiais do Rio, mesmo para equipes da polícia especializada, como Bope e Core.
No mês seguinte, o governo fluminense publicou um decreto determinando que agentes das tropas de elite das polícias Civil e Militar passassem a usar as câmeras nos uniformes.
