Uma pesquisa inédita da Associação Médica Brasileira e da Associação Paulista de Medicina, divulgada nesta quinta-feira (14), revelou que seis em cada dez médicas já sofreram assédio moral ou sexual no ambiente de trabalho no Brasil. Mais de 74% das entrevistadas presenciaram ou souberam de casos contra colegas.
A 1ª Pesquisa Violência contra a Mulher Médica entrevistou 1.443 profissionais entre 25 de outubro a 16 de novembro deste ano. As faixas etárias das médicas são: até 25 anos (0,69%); de 26 a 35 anos (21,41%); de 36 a 45 anos (41,93%); de 46 a 55 anos (15,32%); de 56 a 65 anos (14,55%); e acima de 66 anos (6,10%).
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Segundo o levantamento, 1.111 pessoas testemunharam ou souberam de casos de preconceito contra mulheres médicas em seu ambiente de trabalho. Do total, 31,74% sofreram os episódios durante o curso de medicina, 39,78% durante a residência e 45,67% após a residência.
A pesquisa também mostra que uma em cada duas médicas já sofreu agressões verbais ou físicas. Cerca de metade delas chegou a efetivar denúncias. Entretanto, somente 5,4% das queixas tiveram desdobramentos.
As principais dificuldades no ambiente de trabalho, segundo as entrevistadas, são excesso de trabalho, dupla jornada, baixa remuneração, condições de trabalho, desrespeito, machismo e misoginia.