sábado, abril 20

A NASA identificou cinco fenómenos sobrenaturais que acontecem quase exclusivamente no espaço exterior: eles desafiam a compreensão humana e forçam os astrónomos a encontrar novas explicações.

O espaço é dominado por forças eletromagnéticas invisíveis que normalmente não sentimos. Também está repleto de tipos estranhos de matéria que nunca experimentamos na Terra. O Centro de Voo Espacial Goddard da NASA identificou cinco fenômenos sobrenaturais que ocorrem apenas no espaçoe que obrigam os cientistas a ampliar sua compreensão para compreendê-los em profundidade.

O mistérios do cosmos Sempre nos cativaram, mas ao mesmo tempo a ciência e a tecnologia, e principalmente a astronomia, avançaram tanto nos últimos séculos que conseguiram explicar e demonstrar muitos dos enigmas que anos atrás pareciam impossíveis de decifrar. Contudo, certos fenómenos ainda continuam a desafiar a nossa compreensão e a provocar novos esforços para que o conhecimento científico expanda os seus limites.

Um artigo publicado no site do Goddard Space Flight Center da NASA descreve cinco questões que poderiam ser consideradas “sobrenaturais” em nosso planeta, já que Eles não teriam uma explicação racional em nosso contexto, mas que no espaço acontecem com certa assiduidade. Quais são esses fenômenos e como a ciência trabalha para compreendê-los?

Plasma e temperaturas extremas

Um desses mistérios é plasma. Na Terra, a matéria assume um dos três estados: sólido, líquido ou gasoso. No espaço, porém, 99,9% da matéria normal está numa forma completamente diferente, chamada plasma. É uma substância composta de íons e elétrons soltos: todas as estrelas, incluindo o Sol, são feitas principalmente de plasma. Na Terra, ocasionalmente aparece na forma de raios e sinais de néon.

Seu comportamento é surpreendente, pois interage com campos magnéticos invisíveis que conseguem controlar os movimentos das partículas carregadas no plasma e criam ondas que aceleram essas partículas a velocidades imensas.

O segundo fenômeno é temperaturas extremas no espaço: Se a Terra experimenta uma ampla gama de temperaturas, o que consideramos extremo em nosso planeta é a média no espaço. Em planetas sem atmosfera isolante, as temperaturas flutuam dramaticamente entre o dia e a noite. Mercúrio, por exemplo, vive dias com temperaturas que chegam a 449 graus Celsius e noites geladas que chegam a 171 graus Celsius abaixo de zero.

Entretanto, quando a sonda solar Parker da NASA faz a sua maior aproximação ao Solvocê experimentará diferenças térmicas de mais de 2.000 graus.

Tópico relacionado: Mistério em torno dos flashes de luz mais extremos do universo.

Fusão, enormes explosões e ondas de choque

Outro grande mistério cósmico é o fusão: Este é o processo no qual os elementos leves são “espremidos” sob imensa pressão e temperatura, tornando-se novos elementos mais pesados. Nos seus primeiros momentos, o Universo continha principalmente hidrogénio e hélio, além de uma pequena porção de alguns outros elementos leves.

Desde então, a fusão de estrelas e supernovas forneceu ao cosmos mais de 80 novos elementos, alguns dos quais tornam a vida possível. O Sol, por exemplo, funde-se em torno 600 milhões de toneladas métricas de hidrogênio por segundo.

O quarto fenômeno identificado pela NASA é enormes explosões que ocorrem no espaço em todos os momentos, na área próxima à Terra. Quando o vento solar, fluxo de partículas carregadas do Sol, colide com o “escudo magnético” que protege a Terra, chamado magnetosfera, são gerados eventos explosivos que provocam, por exemplo, as auroras que embelezam os céus do nosso planeta. Essas interações magnéticas “explosivas” ocorrem em todo o espaço e são objeto de projetos como a missão Magnetospheric Multiscale da NASA.

Finalmente, os astrônomos também estão tentando explicar o fenômeno conhecido como ondas de choque. No espaço sideral, as partículas podem transferir energia sem se tocarem. Esta estranha transferência de energia ocorre em estruturas invisíveis conhecidas como “choques”. O conteúdo energético é transferido através de ondas de plasma, campos elétricos e magnéticos.

As ondas de choque só podem se formar quando as coisas se movem em velocidades supersônicas, mais rápidas que a velocidade do som. Um cenário possível é em torno de supernovas ativas que expelem nuvens de plasma. Contudo, em casos muito raros, estes “choques” podem ser criados de repente na Terrapor exemplo, quando os aviões viajam mais rápido que a velocidade do som.

Será que um dia a ciência terá uma compreensão real e profunda destes estranhos fenómenos? Por enquanto, continuarão a surpreender-nos e a indicar que existem forças e realidades que nos ultrapassam.

foto: Enormes explosões invisíveis ocorrem constantemente no espaço, mesmo ao redor da Terra. Essas explosões são o resultado da quebra e realinhamento de linhas distorcidas do campo magnético, lançando partículas por todo o cosmos. Créditos: NASA Goddard Space Flight Center/CILab.

Vídeo: Os campos elétricos e magnéticos podem adicionar e remover energia das partículas, alterando suas velocidades. Crédito: NASA/Goddard Space Flight Center Scientific Visualization Studio/YouTube.

Pablo Javier Piacente

Pablo Javier Piacente é jornalista especializado em comunicação científica e tecnológica.

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