O PSDB anunciou, nesta segunda-feira 29, que pretende tornar o pronunciamento do presidente Lula (PT) em rede nacional, exibido na noite de domingo 28, em um caso de Justiça. O anúncio foi feito pelo presidente da sigla, Marconi Perillo.
Segundo alega o partido, Lula teria desviado a finalidade de um pronunciamento em cadeia de rádio e TV ao fazer um discurso ‘eleitoreiro’.
O petista não citou diretamente o pleito municipal e usou a maior parte do tempo para, conforme suas palavras, “prestar contas a cada família brasileira”. Na transmissão, Lula defendeu a responsabilidade fiscal do seu governo e chegou a citar, em determinado momento, a ‘destruição’ das contas do País causada pelos governos anteriores, de Jair Bolsonaro (PL) e Michel Temer (MDB).
É justamente essa crítica ao ex-capitão e ao emedebista que parece ter gerado a insatisfação da legenda tucana:
“Neste domingo, 28 de julho, o presidente usou desse expediente para fazer propaganda da divisão do país da qual ele é um dos protagonistas e espalhar dados eleitoreiros para subsidiar o discurso de seus candidatos a prefeito e vereador neste ano”, diz um trecho da nota divulgada por Perillo.
A ação tucana gerou revolta do entorno de Lula. Para o deputado José Guimarães (PT), líder do governo na Câmara, o pedido judicial do PSDB indica que o partido perdeu o ‘senso de medida’. Ele menciona o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ao responder Perillo.
“Era só o que faltava! O PSDB querer impedir que o presidente Lula divulgue os feitos de seu governo. O PSDB perdeu o senso de medida. Um partido que governou o Brasil com FHC se prestar a esse papel”, escreveu o parlamentar ao comentar o assunto.
O Planalto, por sua vez, ainda não comentou a acusação da legenda tucana sobre o pronunciamento.