O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, reagiu a declarações de lideranças latino-americanas sobre as eleições na Venezuela, marcadas para 28 de julho, nas quais o presidente Nicolás Maduro buscará seu terceiro mandato. Entre os alvos da mensagem estão o presidente Lula (PT), o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e o ex-presidente do Uruguai José Mujica.
“Desconhecimento? Ignorância? Medo? Não nos envolvemos nos negócios de ninguém. Metam suas opiniões onde elas couberem”, afirmou Rodríguez em um texto publicado nas redes sociais. Ele também rebateu críticas ao fato de candidatos da oposição não terem conseguido registrar suas candidaturas a tempo.
“Souberam que 100% dos partidos credenciados na Comissão Nacional Eleitoral registaram algum dos 13 candidatos, de todo o espectro político, que concorrem à Presidência da Venezuela?”, escreveu o aliado de Maduro.
Saben el pdte Petro, el Pdte Lula, Mujica, etc, del plan insurreccional y magnicida aquí revelado x el vocero principal del fascismo en Miami? 2) Aceptarían en sus países planes para atentar contra el Pdte como los que hemos develado en numerosas oportunidades? 3) Saben que la… pic.twitter.com/oIYg3vTe7R
— Jorge Rodríguez (@jorgerpsuv) March 29, 2024
Na última quinta-feira 28, Lula classificou como “grave” o fato de que Corina Yoris não conseguiu registrar sua candidatura à Presidência da Venezuela.
Yoris seria a candidata apoiada por María Corina Machado, inabilitada a exercer cargos públicos por 15 anos. A Plataforma Unitária Democrática decidiu, então, indicar “provisoriamente” González Urrutia, devido à “clara impossibilidade de inscrever até o momento a candidatura eleita”.
“Eu fiquei surpreso com a decisão. Primeiro a decisão boa, da candidata que foi proibida de ser candidata pela Justiça [Corina Machado], de indicar uma sucessora [Yoris]. Achei um passo importante. Agora, é grave que a candidata não possa ter sido registrada”, disse Lula. “Ela não foi proibida pela Justiça.”
Na última terça 26, o Ministério das Relações Exteriores afirmou acompanhar com “expectativa e preocupação” o processo eleitoral na Venezuela e avaliou que o impedimento à candidatura de Yoris “não foi, até o momento, objeto de qualquer explicação oficial”.
Horas depois, o chanceler venezuelano, Yvan Gil, publicou uma nota de repúdio ao comunicado, classificado por ele de “cinzento e intervencionista, redigido por funcionários da chancelaria brasileira, que parece ter sido ditado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos”. Segundo Gil, o texto apresenta “comentários carregados de profundo desconhecimento e ignorância sobre a realidade política na Venezuela”.
Também nesta semana, a chancelaria da Colômbia expressou sua “preocupação com os recentes acontecimentos ocorridos por ocasião da inscrição de algumas candidaturas” na Venezuela e ressaltou que isso “poderia afetar a confiança de alguns setores da comunidade internacional”.