Política
Deputada aciona MP após PM-RJ estimar público quase 22 vezes maior que USP em ato de Bolsonaro
Parlamentar pede que o órgão apure se o governador Cláudio Castro (PL) interferiu na divulgação dos dados
Por CartaCapital 17.03.2025 23h05 | Atualizado há 6 horas

Vista aérea da manifestação promovida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Copacabana, no Rio de Janeiro, em 16 de março de 2025. Foto: Mauro Pimentel/AFP
A deputada estadual Renata Souza (PSOL-RJ) acionou o Ministério Público nesta segunda-feira 17 para pedir que o órgão apure uma suposta interferência do governador do Rio de Janeiro Cláudio Castro (PL) na divulgação do número de presentes na manifestação de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL).
A Polícia Militar do estado, subordinada ao governador, divulgou uma estimativa de 400 mil pessoas no protesto realizado no domingo 16. O número diverge, entretanto, da estimativa do Monitor do Debate Político no Meio Digital da Universidade de São Paulo (USP).
A USP estimou o público presente em 18,3 mil, quase 22 vezes menos que a PM-RJ. O grupo da universidade usou o método Point to Point Network (P2PNet), que identifica cabeças e estima a quantidade de pessoas em uma imagem. Já a polícia estadual não divulgou qual método usou para calcular a quantidade de presentes.
“Parece óbvio que qualquer manifestação política operada pelo governador é livre e está coberta por proteção jurídica, mas a divulgação de informações falsas operada pela PMERJ, por sua vez, há que ser investigada”, diz a parlamentar na representação.
Além da ação de Rentata mirando o MP-RJ, o deputado estadual Yuri Moura (PSOL-RJ) pediu esclarecimentos à Polícia Militar sobre a estimativa. Segundo Yuri, a corporação deve “justificar o motivo da postagem contendo o quantitativo de pessoas relacionada ao evento específico em questão, tendo em vista a falta de costume da instituição em realizar tal exposição de dados”.

CartaCapital
Há 30 anos, a principal referência em jornalismo progressista no Brasil.
Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail
Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail
Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo