Os HERVs compreendem entre 5% e 8% do genoma humano. Embora sejam relíquias de antigas doenças virais que integraram o seu material genético em antigas células reprodutivas humanas, não representam um risco para os humanos modernos – pelo menos não do ponto de vista viral. Os cientistas já acreditaram que os HERVs eram DNA de preenchimento que não tinha mais o potencial de impactar o corpo, mas o sequenciamento recente de RNA e a pesquisa quantitativa de PCR mostram que alguns HERVs ainda podem ser inscritos no RNA. Isto pode ter efeitos posteriores na geração de proteínas, na propagação de doenças no corpo e na regulação dos genes humanos.
Crédito: Robina Weermeijer
Através de um estudar publicado em Comunicações da Natureza, psiquiatras e especialistas em doenças infecciosas em Londres e Nova Iorque começaram a examinar a ligação potencial entre a expressão do HERV e condições psiquiátricas comuns. A pesquisa deles aproveitou o CommonMind Consortium, um banco de dados de dados genéticos e diagnósticos psiquiátricos pertencentes a mais de 900 indivíduos falecidos. Eles descobriram que cinco sequências do genoma humano relacionadas ao HERV estavam fortemente associadas à ocorrência de condições psiquiátricas: um HERV ligado à depressão, dois à esquizofrenia e um ao transtorno bipolar e à esquizofrenia.
Já dissemos isso antes e continuaremos dizendo: correlação não é causalidade, e só porque dois fenômenos ocorrem lado a lado não significa que um faça o outro acontecer. Mas se a causalidade puder ser provada neste caso, isso poderá ajudar os investigadores a compreender as engrenagens e alavancas responsáveis pelas condições que muitas vezes destroem a vida das pessoas.
“Sabemos que os transtornos psiquiátricos têm um componente genético substancial, com muitas partes do genoma contribuindo gradativamente para a suscetibilidade”, disse o Dr. Rodrigo Duarte, primeiro autor do estudo e pesquisador de genética, disse. “Embora ainda não esteja claro como estes HERVs afetam as células cerebrais para conferir este aumento no risco, as nossas descobertas sugerem que a regulação da sua expressão é importante para a função cerebral”.