Ao olharmos para o universo, descobrimos que a maioria das galáxias tem um buraco negro supermassivo escondido perto do centro. Os astrónomos encontraram mesmo estes enormes monstros celestes no início do Universo, o que levantou uma questão importante: como é que se tornaram tão grandes tão rapidamente? Uma nova observação pode oferecer algumas dicas. Uma equipe da National Science Foundation NOIRLab avistou um buraco negro supermassivo do universo primitivo que está devorando estrelas a uma velocidade insondável.
A equipa utilizou um instrumento de ângulo mais amplo, conhecido como espectrógrafo de campo integral, para garantir que o buraco negro estava no campo de visão. A visão mais ampla permitiu à equipe analisar o buraco negro e seus arredores pixel por pixel. Os dados mostraram uma incrível saída de gás em torno do buraco negro LID-568. Usando a velocidade e o tamanho da pluma de ejeção, descobriram que uma quantidade substancial de massa do buraco negro foi provavelmente adicionada num único episódio.
De acordo com Suh, o LID-568 está se alimentando de matéria a uma taxa 40 vezes maior que o Limite de Eddington, a luminosidade máxima teórica e a ingestão de matéria em um buraco negro. É essencialmente o equilíbrio entre a força gravitacional interna e a pressão externa da compressão térmica.
Crédito: NASA/Adriana Manrique Gutierrez
“Este buraco negro está em festa”, diz a coautora Julia Scharwächter. “Este caso extremo mostra que um mecanismo de alimentação rápida acima do limite de Eddington é uma das possíveis explicações para a razão pela qual vemos estes buracos negros muito pesados tão cedo no Universo.”
Esta descoberta pode ajudar os cientistas a descobrir como surgiram os buracos negros supermassivos no universo primitivo. Ainda não está claro se eles se formaram a partir das primeiras estrelas, como os buracos negros modernos, ou se surgiram do colapso de vastas nuvens de poeira. A equipe acredita que o fluxo de saída do LID-568 poderia ser como uma válvula de liberação de pressão que mantém a estabilidade do buraco negro. Estão planeadas observações de acompanhamento, mas a equipa terá de esperar mais tempo no Webb para o fazer, uma vez que nenhum outro observatório em funcionamento consegue realizar o trabalho.